Antes de começar o mergulho, vale dizer o seguinte: é claro que a Deep Web não é essencialmente do mal. Tem muita coisa interessante,
como livros, pesquisas, músicas, documentos e muito, muito mais; coisas que não aparecem no Google porque não foram indexadas. Nesse caso aí a questão passa a ser direitos autorais, que é papo pra outra hora. E, no final das contas, você acha o que procura, né? As coisas não simplesmente surgem na tela. O lance é que o que mais desperta a curiosidade da galera em geral é se, afinal, esse monte de bizarrice que dizem rolar por lá realmente rola. Por isso é que neste artigo a gente focou nesse lado aí.
Você provavelmente já ouviu falar nela, a Deep Web, como aquela parte de baixo do iceberg na imagem que anda circulando por aí. Aproximadamente 80% de toda a informação que corre na internet está escondida nessa camada bem profunda da rede… uma camada que, por motivos óbvios, você não vai encontrar no Google. Grande parte disso é conteúdo bruto (raw data) não formatada para uso humano (dados e coisas do tipo), mas só a parte que a gente entende já é suficiente pra dar o que falar.
Mergulhar nesse universo profundo de maneira adequada é complicado. E é mergulhar mesmo, porque enquanto você circula tranquilo pela web aqui em cima, a Deep Web pede equipamento especial e bom treinamento, ou você vai virar comida de tubarão. Mesmo sabendo disso tudo aí, que não é nada tentador, resolvi ceder à minha curiosidade patológica e entrar nesse mundo paralelo, e desbravar o lado dark da DW.
Mas me arrependi…
Graças ao anonimato, a Deep Web é um repositório de tudo de mais bizarro, nojento e impensável que existe no mundo e em todas as áreas possíveis, por exemplo (só alguns): pornografia (CP – child porn, imagens de sexo que fariam Marquês de Sade vomitar), drogas para compra, contratação de assassinos, fóruns para pedófilos, estupradores (com imagens sempre bem explícitas), canibais e lutadores de UFCs que só terminam quando alguém morre e por aí vai.
É uma terra onde ninguém tem nome e todo mundo pode dar vazão à coisas que nós, pessoas normais, nem sequer conseguimos imaginar.
O ambiente da Deep Web tem mais vírus do que a Vila Mimosa, e um monte de hacker faminto pra pegar quem resolve aparecer sem o devido cuidado. Inclusive, é por lá que nascem os vírus mais cabulosos de que se tem notícia. Ah, e tem o FBI e a Polícia Federal nessa história também: eles estão ligados no que rola por lá, e por isso mantém “iscas” (conteúdo marcado) e frequentam ambientes a fim de pegar quem anda fazendo o que não deve. Saca aquele programa “To Catch a Predator“, onde uma galera de agentes se passa por menor de idade pra tentar pegar pedófilo? O esquema é mais ou menos esse.
Ou seja, é claro que a gente não tá falando que é viu-foi-preso, mas, como diz o delegado Hélio Bressan, titular da 4a DIG (Delegacia de Investigações sobre Fraudes Financeiras e Econômicas cometidas por Meios Eletrônicos), o rastreamento na DW é mais difícil, mas não impossível: “nós investigamos fraudes financeiras cometidas pela internet, mas sabemos deste conteúdo. Por mais que essas redes utilizem métodos de mascaramento de IP, nossos procedimentos investigativos não se limitam apenas a um endereço IP. Recolhemos indícios em vários lugares e depois, ao cruzar os dados, conseguimos levantar uma série de evidências que, correlacionadas com outros aspectos da investigação, podem resultar em conclusões mais completas”, declarou. Os caras estão de olho, manolo!